Numa intervenção na Universidade de Verão, em Castelo de Vide, defendeu que o seu partido deve estabilizar, formalizar e esclarecer as propostas para a revisão constitucional, pois se «pecar por omissão» a única explicação que surge é a dos adversários.
Em declarações aos jornalistas já depois do final da «aula» que deu aos cerca de 100 jovens, alertou para a estratégia que o PS está a utilizar de pegar nas ideias dos outros e depois «dá-lhes a volta, diz o que é o contrário do que eles quiseram dizer». E no final, acrescentou, «o debate fica marcado por aquilo que o PS diz que o PSD disse».
Por isso, continuou Marcelo Rebelo de Sousa, o PSD tem de explicar que «não é nada disso», que não quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde ou com a educação gratuita no ensino obrigatório. Tem de explicar que o que disse «foi outra coisa» e debater as verdadeiras propostas, insistiu o antigo líder social democrata.
Quanto a Passos Coelho, considera que é melhor esperar mais um pouco: «Ele é muito cerebral e muito frio, portanto, eu não tenho dúvidas que Passos Coelho tem exacta noção de que há um tempo para subir ao Governo do país, que muitos ¿laranjinhas¿ quererão que seja antes, mas mais vale demorar mais tempo e chegar bem, a haver precipitações e chegar mal».
«Acho que é muito mau para o país que haja uma crise a propósito do Orçamento de Estado e era bom que o Orçamento de Estado fosse muito melhor que o Orçamento para este ano», frisou.
Cavaco a presidente
O antigo líder do PSD defendeu, também, a reeleição de um Presidente da República social de democrata, considerando que não importa se se gosta ou não do que Cavaco faz em relação a algumas leis: «O primeiro desafio que nós temos como sociais democratas este ano, 2010 na viragem para 2011, é reeleger como Presidente da República um social democrata.
«Se nós acreditamos na social democracia, faz todo o sentido que façamos tudo para que continue em Belém um social democrata, gostemos muito ou pouco daquilo que faz na lei A, B, C, D, no estilo, se ri muito, se ri pouco, sorri muito, sorri pouco, se é mais simpático ou menos simpático», sublinhou.
A propósito de Presidenciais, Marcelo disse que é difícil encontrar um apoio «tão relutante» como aquele que José Sócrates deu a Manuel Alegre para as eleições presidenciais.
portugal diário