O líder do PSD está pronto para ir a eleições e até já assume «perante todo o país e instituições externas o compromisso de lutar em Portugal pela redução do défice e controlo da dívida». «O PSD até hoje tem dado condições, todas as condições que o Governo requereu em Portugal, justamente porque este Governo não tem maioria no Parlamento. Desde que as eleições ocorreram, o PSD viabilizou o Orçamento do Estado, o Programa de Estabilidade e Crescimento e a revisão intercalar do PEC no ano passado que conduziu a um aumento de impostos e a um corte na despesa que não foi cumprido», disse em reacção à acusação de Jorge Lacão de que o partido laranja está a «atirar o país para os braços da ajuda externa».Por isso, Pedro Passos Coelho diz basta: «ainda hoje o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, veio dizer que as medidas apresentadas a Bruxelas não são negociáveis, exactamente o contrário do que diz agora o Governo». «O clima em Portugal está irrespirável». «O desempenho que foi feito até hoje não é» aquele que se esperava. Não o é «face aos mercados, aos parceiros, ao BCE...». O chumbo do PEC por parte do PSD foi anunciado anunciado este fim-de-semana. Uma decisão que é para manter, atendendo às palavras do seu líder, pouco tempo depois de o Governo ter entregue o documento no Parlamento.Moção de censura em cima da mesa?Sobre se admite avançar com uma moção de censura, o líder do PSD diz que o seu partido «está convencido de que o Governo saberá tirar conclusões da situação a que conduziu o país». O Executivo «comprometeu a palavra de Portugal no exterior sem ter condições para isso».Passos Coelho lembrou o que alguém lhe disse - «Não se esqueça de que as escadas por onde o senhor vai subir são as mesmas por onde os que hoje governam Portugal vão descer» - e quis deixar claro que «temos de ser merecedores da confiança dos portugueses».Nem que para isso seja preciso um Governo de coligação alargada, como o seu partido hoje mesmo defendeu. « O próximo Governo vai precisar mais do que um só partido. Infelizmente as condicões a que chegámos exigem esforços, mas não para salvar Governo e sim para salvar o país. Precisamos de próximo Governo com outros partidos. Veremos depois das eleições qual é a vontade do país e dos portugueses».«Se ajuda for inevitável, mal seria se não a pedíssemos»Se chegar a primeiro-ministro, o FMI é tema tabu? «Se Portugal precisar de ajuda externa para ver se finalmente recupera, se ela for inevitável, mal seria em Portugal se não a pedíssemos e sujeitássemos portugueses a uma situação ainda mais difícil. Se for possível evitar, tanto melhor. Mas confesso que o Governo tem deixado cada vez menos espaço para isso».«O pior que nos pode acontecer é ficar como estamos»Mas, em primeiro lugar, estão as eleições: «Estou convencido que vai ter de haver e servirão para que a palavra seja devolvida aos portugueses e para que escolham uma solução forte para o futuro».O líder do PSD rematou dizendo que «o Governo não gera uma situação de confiança entre os seus parceiros externos, partidos da oposição, Presidente da República, parceiros sociais... O pior que nos pode acontecer é ficar como estamos».
Portugal diário
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